Folhas jovens de Erva-mate concentram mais princípios ativos, afirma pesquisadora

Os materiais apresentados durante o Seminário Erva-mate XXI, realizado no mês passado em Curitiba/PR, ainda seguem potencializando a difusão de conhecimentos sobre as potencialidades da planta e campos a serem explorados. “O futuro já chegou: o mercado está de olho nos potenciais da Erva-mate” é um desses temas, sobretudo por conta dos compostos bioativos da Ilex paraguariensis A.St.-Hil.

Métodos de produção e potenciais de mercado para novos produtos. Assunto de Jéssica Tomasi, pesquisadora da Polli Fertilizantes. Para além do chimarrão, “apresenta diversos compostos bioativos com potencial para a saúde. É rica em cafeína e teobromina, além de ácidos fenólicos, saponinas e flavonoides, que atuam como antioxidantes, anti-inflamatórios, anti carcinogênicos, facilitadores da digestão e antidiabéticos”, segundo ela.

Esses compostos, conforme Jéssica Tomasi, estão presentes em maior concentração nas folhas jovens e podem ser explorados para a produção de novos produtos com foco na saúde, como chás, suplementos, alimentos e cosméticos. Resultados de pesquisa demonstram a maior concentração desses bioativos, sobretudo, também, sendo influenciados pelo sistema de produção.

“As folhas jovens, em comparação às maduras, concentram mais cafeína, teobromina e ácidos fenólicos, componentes importantes para a produção de novos produtos”, afirmou a pesquisadora. Os sistemas Cevad (Cultivo de Erva-mate em Alta Densidade) Estufa e Cevad Campo, desenvolvidos pela Embrapa Florestas, permitem altas densidades de plantio em áreas menores e surgem como novas fronteiras na produção de Erva-mate.

Esses sistemas foram idealizados para a produção de folhas jovens, com colheita frequente e que promovem maior brotação e um maior percentual de folhagem novas. Eles foram testados em Colombo (PR), General Carneiro (PR) e Espumoso (RS) e se apresentam como alternativas viáveis para a produção de Erva-mate com alta concentração de compostos bioativos.

Quando usadas mudas clonais, o crescimento é mais rápido e uniforme, impulsiona a produção e padroniza a matéria prima. “Essas novas tecnologias, portanto, representam uma oportunidade para o setor da Erva-mate, abrindo caminho para produtos com maior valor agregado e com potencial para atender às demandas de um mercado que busca produtos naturais e nutritivos”, acrescentou Jéssica Tomasi.

Com informações da Embrapa e imagem Embrapa/Rádio do Mate.