É uma planta nativa e própria da América do Sul, numa faixa territorial mais específica dentro dos três Estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – e parte de outros países, como a Argentina. O conhecimento técnico aprimora a produção, com sombra de árvore, num sistema chamado agroflorestal, diferente do plantio sombreado. Ambos os sistemas têm matéria prima com melhor aceitação dentro da indústria do Mate.
“A erva-mate sombreada é aquela que se encontra no meio, implantada em um bosque, em uma floresta, em uma cobertura de árvores ao acaso. Já o sistema agroflorestal é um sistema estudado, é um sistema planejado, que vai calcular o número de plantas de erva-mate por hectare, não vai ser ao acaso. Ele vai calcular o número de espécies arbóreas que vão fazer sombra”, diferencia o extensionista da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Ilvandro Barreto de Melo.
A Erva-mate é uma planta nativa do bioma Mata Atlântica e convive com outras espécies. Quanto ao sistema agroflorestal trata-se de uma prática recorrente, aproveitando a localização da planta em seu estado natural. Sendo mais rigoroso que o sombreamento natural de uma floresta. Nas duas formas produtivas, os ervais apresentam diferenciais e podem oferecer vantagens em relação ao sistema de cultivo em campo aberto e a pleno sol.
Se bem organizado, pode obter uma produtividade muito semelhante, ou melhor, inclusive, ao plantio em campo aberto, tendo ainda um diferencial de mercado. “Não que o sistema de pleno sol não seja um bom sistema de implantação de erva-mate, mas a tendência é uma procura maior de matéria-prima pela indústria quando essa erva-mate vem de uma área sombreada ou vem também de um sistema agroflorestal bem organizado”, destaca Ilvandro.
Esses sistemas agroflorestais de Erva-mate podem ser conduzidos com feijão, milho e mandioca, por exemplo. “É muito utilizado esse sistema, principalmente na região dos Vales, na região de Venâncio Aires, e também a utilização da Erva-mate com espécies arbóreas, que tem sim encontrado um grande avanço nas propriedades rurais, porque o produto, quando produzido no ambiente com outras espécies, apresenta uma melhor qualidade”, enfatiza o especialista.