Já imaginou ligar a torneira e pensar, de onde vem essa água servida pela companhia de abastecimento da cidade? Por onde passa, de onde vem? São Mateus do Sul tem relações interessantes, o rio Taquaral é o local de captação, depois do tratamento da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) é armazenada numa Cuia. Isso mesmo, a caixa, o reservatório para abastecer o município, com aproximadamente 43 mil habitantes, vem de uma Cuia.
“A Cuia foi inaugurada em 1968, e foi projetada pelo engenheiro Gehard Leo Linzmeyer, que estudou arquitetura na Alemanha. O espaço tem capacidade de armazenamento de 160 metros cúbicos e possui 23 metros de altura”, explica a diretora de Cultura, Mônica Zampier. Por isso, toda a água da cidade, seja do banho, para preparara alimentos ou aquecida para o chimarrão, passou antes por dentro dessa Cuia gigante.
“Na época foi uma obra de destaque pelo seu projeto e forma. Desde lá até hoje é um dos cartões postais de São Mateus do Sul e reforça a identidade do município como um dos maiores produtores de Erva-mate do país”, destaca a diretora. A professora Hilda Jocele Digner Dalcomuni, historiadora e mestre em História, reforça essa relação da caixa de água com a representatividade são-mateuense no plano cultural.
“Um reservatório de água em forma de Cuia de chimarrão só podia ser mesmo em São Mateus do Sul, Terra da Erva-mate”, frisa a historiadora. Professora Hilda enaltece a “importância especial para a população são-mateuense. É a nossa queridinha quando falamos em pertencimento, em identidade, em memória coletiva.” Além de ser local de referência para as pessoas que passam pela cidade ou turistas.
“Ela é sempre uma referência de lugar para ser visitado, para tirar uma bela foto, ou fazer um vídeo, que deixará guardado na memória o registro de um lugar lindo com uma característica cultural e local única. Verdadeiro cartão postal. Lembrará que você esteve em São Mateus do Sul, Paraná”, reforça a historiadora. O fato de estar localizada num ponto alto da cidade e ter 23 metros de altura facilita pode ser vista à distância.
Até porque a Erva-mate é um dos maiores tesouros, seja cultural, econômico ou gastronômico, de acordo com a professora Hilda. A convivência das pessoas, nas rodas de mate, na casa, trabalho, família ou eventos públicos tem a presença do Mate. “As vezes nem percebemos como essa tradição é mantida a tanto tempo. Tanto tempo que parece que ela sempre esteve com a gente. A nossa cuia, como carinhosamente a chamamos, representa tudo isso e muito mais. Tornou-se um monumento que simboliza, na sua materialidade, o verde da vida”, completa.
Com informações da prefeitura de São Mateus do Sul e professora Hilda e imagem prefeitura de São Mateus do Sul.
