Depois de passar um período lecionando aulas de biologia no Estado do Mato Grosso do Sul, Sirlene Kronhardt retornou para o Rio Grande do Sul onde iniciou a fabricação de bombas semi-artesanais para chimarrão, em prata e ouro. Em seguida começou a fabricação de cuias e, algum tempo depois, numa parceria com uma ervateira, criou uma marca própria de Erva-mate.
Sócia fundadora de Bombas para Chimarrão Fama e Sommelier de Erva-mate, ela palestrou no 7º Congresso Online da Erva-Mate (ConaMate). Por, ao menos, 26 anos vem pesquisando e estudando a influência cultural local, nas diferentes regiões, sobre o tipo de chimarrão consumido. A cuia tem diferenças bem acentuadas “desde o material até o acabamento”, afirmou a palestrante.
Na palestra ela pediu para os expectadores se desprenderem de tudo que conhecem sobre cuias. Deixando de lado os certos e errados e buscando entender, ter uma reflexão para compreender alguns pontos. A barreira comercial pode estar vinculada aos ‘mandamentos sobre a forma mais correta de fazer o Mate’. “Nós mesmos criamos regras”, apontou Sirlene.
Suas redes sociais trabalham a ideia de fortalecer o chimarrão como uma bebida, assim como café e chocolate e que “as pessoas queiram provar”. O chimarrão é diferente, mudando de uma região a outra dentro do Rio Grande do Sul e onde se consome. O paladar de cada pessoa está adaptado ao tipo do Mate consumido. Bem como os formatos de cuias e bombas.
Basicamente, se diferencia pelo material para fazer bombas e cuias, e o formato. A indicação, por ser mais higiênico, é usar bomba de prata e ouro ou inox. As cuias são tradicionalmente de porongo e mexem muito com o conceito de sabor, por absorver lentamente a Erva-mate, influenciando no gosto final. Essa é a experiência compartilhada por Sirlene.
A palestrante destacou ainda os formatos de cuia e bomba, bem como, a harmonia entre ambos. Região de fronteira do Rio Grande do Sul tem uma composição mais campeira, por exemplo. Tanto que a empresa produz 567 modelos de bombas de chimarrão. Estilos também fazem parte desse contexto e variam muito conforme a criatividade e livre de ‘regras’, nas particularidades.
Com imagem/reprodução ConaMate