A Associação dos Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate) foi fundada em 18 de novembro de 1994. Organização de produtores e entidades do município do Rio Grande do Sul, pertencente ao Polo do Nordeste Gaúcho, constituíram a mobilização para criar o organismo. Atualmente, abrange 53 municípios e possui 583 associados, “número que vem crescendo a cada ano”, segundo a presidente Selia Regina Felizari.
Nessas três décadas, conforme a presidente, a Apromate “desenvolveu um trabalho diferenciado, graças ao apoio de parcerias importantes, ocorreram avanços que impulsionaram a cadeia produtiva da Erva-mate chegando aos dias de hoje, com todo o processo desde a produção de sementes com variedade registrada no MAPA [Ministério da Agricultura e Pecuária] até a exportação para vários países”. Com evolução no setor, por “tecnologias desenvolvidas pela Embrapa florestas e assistência técnica da Emater/RS -Ascar”.
Atualmente, os ervais possuem “alta produtividade de 1.000 a 1.500 arrobas por hectare, a cada ano e meio. Tendo alguns ervais que superam duas mil arrobas por hectare. As tecnologias utilizadas desde a implantação de um grande projeto iniciado no município em 2.001, onde foram implantados 105 hectares de erva-mate no sistema agroflorestal, com a cultivar Cambona 4, consórcio de plantas de Erva-mate com plantas de espécies nativas da região”, explica Selia.
A utilização da adubação, espaçamento adequado e controle de insetos com produtos biológico são melhorias. Também a colheita feita por equipes de produtores, utilizando ‘tesouras eletrônicas’. Esses projetos de Erva-mate Cambona, no sistema agroflorestal, tiveram “a parceria de várias entidades, instituições, empresas, onde foram contemplados os aspectos de sustentabilidade ambiental, social e econômica”, enaltece a presidente.
A iniciativa contribui com a preservação e restauração ambiental, implantando espécies nativas associadas a Erva-mate dentro do erval, com a proteção de nascentes nas propriedades, “promovendo e conscientizando produtores e a comunidade para o cuidado do meio ambiente”, frisa Selia. Além disso, no aspecto econômico e social, “temos a geração de renda e empregos, tanto no campo com o cultivo da Erva-mate quanto na cidade, com a industrialização, comercialização e exportação”.
A sucessão familiar e o retorno de jovens ao meio rural, filhos de agricultores, que voltaram para as propriedades de sua família para trabalhar com Erva-mate é algo interessante, no atual momento. “A cultura promove, bom retorno econômico e é importante para o meio rural, como uma alternativa de renda. Acreditamos que o setor precisa de investimentos em máquinas, equipamentos com o objetivo de facilitar o trabalho e proporcionar melhores condições de vida aos produtores, além de incentivar os jovens a continuar nas propriedades”, reafirma a presidente.
Com imagem EmaterRS/ prefeitura de Machadinho/RS.