O trabalho técnico dentro da cadeia produtiva da Erva-mate é amplo e ocorre dentro de um cenário complexo. A Emater/RS Ascar regulamenta a certificação da Erva-mate levando em conta aproximadamente 150 itens na avaliação, desde a lavoura até o pacote para venda nos estabelecimentos comerciais. Para isso, contando com um setor responsável, pioneiro e existente há 28 anos dentro da instituição de extensão rural fundada em 1955.
Na produção, o processo inicia levando em conta mão de obra qualificada e matéria-prima adequada. No Rio Grande do Sul cinco polos ervateiros mostram a amplitude do trabalho da extensão rural. As ações dos extensionistas iniciam nos ervais, desde a sua concepção e, literalmente, só param no pacote disposto para venda. Além de ser atrativo, o pacote de Erva-mate com certificação é um diferencial de qualidade, por conter ali a auditoria de todo o processo.
Para a certificação depende do interesse e adesão das empresas e o foco é a qualidade do produto. Disso, a necessidade de ajustes para atender às especificações avaliadas, dando garantia ao consumidor. Existem mais de 200 ervateiras no Rio Grande do Sul, algumas delas pequenas agroindústrias. Por conta disso, o empenho da Emater para permitir o acesso ao sistema de certificação, abrindo o serviço para todos os interessados.
A Expointer desse ano, por exemplo, reuniu mais de 120 marcas diferentes de Erva-mate e mostrou o cenário dessa indústria de processamento. Mateus Soares da Rocha, gerente estadual de Classificação e Certificação da Emater/RS, destaca a importância das Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Práticas de Fabricação (BPF) na cultura, instruídas também pele extensão. Diante de um mercado imenso com grande potencial a ser explorado.
Mateus cita o fato da Erva-mate, do setor florestal não madeireiro, só ficar atrás do Açaí na geração de Produto Interno Bruto (PIB). Tendo um “potencial imenso de contribuição para o desenvolvimento regional”, segundo ele. Agregando um atributo cultura na reconstrução gaúcha, “nada mais acolhedor que um chimarrão”. E presente no hábito e rotina de casa no Estado do Rio Grande do Sul, firmando essa identidade.
A certificação da Emater serve para demonstrar e potencializar a qualidade da Erva-mate. Na embalagem está o selo da confiabilidade do produto alimentício, consumido “diariamente na casa das pessoas.” Tendo o chimarrão essa característica “de não ter classe social seja qual for a família, havendo hábito e o costume”, lá está o Mate presente e sendo “uma das bebidas mais democráticas do nosso país”, conforme o gerente do setor.
Imagem arquivo pessoal de Mateus Soares da Rocha, gerente estadual de Classificação e Certificação da Emater/RS.