Para chegar até a cuia, a Erva-mate tem tipos da própria planta e processamento diferentes. A tradicional ‘verdinha’, mais presente no gosto do gaúcho (e região Sul do Brasil como um todo), é, apenas, um dos deles. Para a exportação o mate ‘fica repousando’, depois de um processo de moagem diferente e praticamente sem palito, num período de oito meses até dois anos armazenado na indústria.
“É diferente do que a gente pegar uma Erva nossa que tenha palito e passou pelo soque e deixar envelhecer”, explica o biólogo e extensionista da Emater/RS-Ascar, Rudinei Pinheiro Medeiros. Assim, por conta desse ‘repouso’ fica com “gosto acentuado mais forte”, mas não “é o mesmo gosto indesejado de uma Erva velha”. A forma é cultural tanto dos uruguaios quanto de outros apreciadores no mundo.
Essa Erva-mate exportada tem uma tonalidade mais amarelada. Enquanto para a cuia do brasileiro vai a erva nativa, a tradicional (verdinha), a moída grossa, a de barbaquá (com cheiro e paladar de fumaça) e a erva cacheada. Além das embalagens compostas com chás e vários sabores e para Tereré, conforme explica o extensionista. Outra, um pouco mais nobre e apreciada no mercado interno, de acordo com Rudinei, é a pura folha.
Para biólogo, a Erva-mate tem um papel econômico, social e cultural muito importante no Sul do Brasil. Disso as adaptações para atender as especificidades de cada gosto. A indústria ervateira se adaptou tanto para processar o produto repousado (estacionada) para exportação, quanto as demais. “O cliente que determina como quer”, acrescenta. Disso, mantendo o chimarrão, o mate, com diferentes essências e pluralidade de opções.
Com imagens de arquivo pessoal de Rudinei Pinheiro Medeiros.