A divulgação da Agência de Notícias do Paraná, órgão oficial de imprensa do Governo, deixou uma brecha a ser esclarecida. Em 26 de agosto o site informou sobre o Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP), citando total de 840 mil, 411,5 toneladas de Erva-mate em 2023 no Brasil. Um mês depois, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicou a totalidade 425,8 mil toneladas no ano passado.
“Os números de produção divulgados pelo Deral são coletados uma vez por ano, próximo da data de disponibilização do levantamento preliminar, que se dá na segunda quinzena de junho. Esses dados são subjetivos, pois coletados em várias fontes – produtores, comerciantes, cooperativas… –, mas não em todas as fontes possíveis”, justificou a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).
O departamento citou a divulgação semanal de preços, base para compor o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “No caso do IBGE, que a Agência de Notícias utiliza para fazer comparativo com outros Estados, a metodologia provavelmente é diferente. Por serem dados subjetivos, o instituto pode buscar em fontes diversas daquela que o Deral busca”, alegou a Seab por meio da assessoria.
“E também podem ser coletados em momentos distintos e terem a contabilização definitiva em periodicidade que não é a mesma que o órgão estadual obedece. Ou seja, metodologias diferentes que resultam em dados diferentes, mas não errôneos”, concluiu a Seab. Por sua vez, o IBGE esclareceu o fato de serem ramificações diferentes na estatística sobre Erva-mate no Brasi e não, necessariamente, métodos distintos.
“Os dois números estão corretos e são representativos da Erva-mate. A diferença é que um deles (425.829 t) é proveniente da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), que investiga informações sobre a quantidade e o valor da produção decorrente dos processos de exploração dos recursos vegetais nativos e dos maciços florestais plantados, enquanto o outro (736.893 t) vem da Produção Agrícola Municipal (PAM), que investiga um conjunto de produtos das lavouras temporárias e permanentes”, cita o IBGE.
“Basicamente, se a erva-mate foi plantada, cultivada e manejada, ela estará na PAM. Se for fruto do extrativismo, estará na PEVS. Essa separação ocorre nos resultados do açaí e da Erva-mate”, esclarece a assessoria do órgão. Assim, o número total de produção, 736 mil e 893 toneladas, fica mais próximo do Deral de 840 mil, 411,5 toneladas. Ambos são do ano de 2023 e, por usarem métodos distintos, tem essa diferença de 14,05% entre si.
“O parágrafo a seguir, presente na página 7 da publicação da PEVS, explicita: Cabe ressaltar que, atualmente, os maiores volumes de açaí e erva-mate produzidos no País originam-se de áreas cultivadas, cujas informações são levantadas, anualmente, por meio da pesquisa Produção Agrícola Municipal – PAM, também realizada pelo IBGE”, concluí o IBGE na resposta para a reportagem, esclarecendo as diferenças.
Com imagem/divulgação Emater-RS Ascar.