IG e desenvolvimento local: a busca da região do Alto Taquari

O livro “Subsídios para Indicação Geográfica do Alto Taquari e sua Produção de Erva-mate”, traz um diagnóstico sobre vários pontos relativos às Indicações Geográficas (IG). Lançado na semana passada no Centro Vocacional e Tecnológico (CVT) da Erva-mate, em Ilópolis – no Vale do Alto Taquari, a obra organizada por Larissa Ambrosini, com fotos de Fernando Dias, aponta os possíveis ganhos com esse registro para a região.

Uma IG é instrumento de valorização da história, características e traços dos grupos humanos envolvidos em sua produção, e de seu território de origem, conforme a publicação. Apesar novo no Brasil, há expectativa de agregar valor aos produtos alvo da área de identificação e benefícios ao turismo. Isso porque fortalece a identidade cultural, territórios e cultura regional. Assim permite oferta de serviços e atrativos turísticos competitivos e sustentáveis.

Também, contribuindo “com processos de desenvolvimento local”, é “produto símbolo do Rio Grande do Sul – Lei Estadual 7.439/1980. Segundo o livro, são cultivados 35 mil hectares, com área colhida de 28 mil hectares. O Estado exporta Mate para 33 países, sendo o maior exportador brasileiro. As regiões produtoras perfazem cinco polos ervateiros: Missões/Celeiro, Alto Uruguai, Nordeste Gaúcho, Alto Taquari, Região dos Vales com 219 municípios.

“Atualmente o Brasil conta com algumas iniciativas em termos de reconhecimento de IG voltadas à produção de erva-mate. O território de produção de São Mateus no Paraná foi o primeiro reconhecido como uma IG do tipo Indicação de Procedência (IP), em 2017. Enquanto, o território Planalto Norte de Santa Catarina recebeu o reconhecimento como IG do tipo Denominação de Origem (DO), em 2023.

“O critério de escolha foi a abrangência desse território em termos de produção e número de produtores, comparado aos demais. O Alto Taquari concentra quase 55% dos produtores de Erva-mate do estado do Rio Grande do Sul, abrigando 60% da área plantada com a cultura, percentual equivalente a sua participação na produção total de Erva-mate”, cita o livro com base no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse território do Alto Taquari é composto por 38 municípios, com sede em Ilópolis, destacado por ter “a maior área plantada e a maior produção de Erva-mate do Polo”, de acordo com o livro. “O objetivo geral desta pesquisa foi investigar e aportar elementos relacionados ao território que singularizam a Erva-mate do Polo ervateiro Alto Taquari, tendo como metodologia a abordagem multidisciplinar do terroir”, destaca.

Tudo isso visa a “análise do território e do produto em suas dimensões agronômicas, climáticas, históricas e culturais”. Levando em conta caracterização de tipos de solo e clima e histórico da ocupação do território Alto Taquari. Ao longo do livro, essas questões são explicadas, bem como, toda a pesquisa feita sustenta esses apontamentos link baixar o livro.

Com informações e imagem reprodução do livro: Subsídios para Indicação Geográfica do Alto Taquari e sua Produção de Erva-mate.