Percentual de Erva-mate na ração do jundiá melhora qualidade do filé

Um projeto desenvolvido por pesquisadores e estudantes testou (e comprovou) a eficiência da Erva-mate como nutriente na ração do pescado. O trabalho foi desenvolvido pelo curso de Engenharia de Aquicultura da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – campus Laranjeiras do Sul/PR. A pesquisa teve parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Florestas.

A professora doutora Maude Borba (UFFS) e a pesquisadora Cristiane Helm (Embrapa Florestas) coordenaram o trabalho. Existe um projeto maior (guarda-chuva) para avaliar “alimentos regionais como ingredientes alternativos em dietas para Aquicultura (cultivo de organismos aquáticos)”, segundo as responsáveis por essa pesquisa. E disso o estudo a partir de percentuais de Erva-mate na alimentação do jundiá.

“O objetivo é conhecer o potencial dos produtos florestais (erva-mate e pinhão) como substitutos de alimentos convencionais ou como aditivos nutracêuticos que estimulem o desempenho de crescimento, saúde dos peixes e/ou características do produto final”, apontam as pesquisadoras. “A erva-mate é rica em compostos bioativos e foi avaliada a inclusão de níveis crescentes desse produto na dieta (0; 0,5; 1,0 e 2,0%)”.

A inclusão de 1,0% de Erva-mate na dieta mostrou melhor resultado. Após o período de alimentação por 60 dias, as amostras de filé dos peixes foram armazenadas “por 90 dias sob congelamento para monitoramento da conservação”. Sendo “verificado efeito positivo da inclusão de Erva-mate na dieta também sobre a qualidade do filé no armazenamento”, acrescentam a professora e pesquisadora da Embrapa.

Esse trabalho mostra o alinhamento do projeto com a tendência atual em aquicultura, visando “a utilização de substâncias naturais, como aditivos fitogênicos, em substituição de compostos químicos estimuladores de crescimento e saúde dos animais, com foco na maior sustentabilidade dos sistemas de produção aquícola”, conforme a pesquisa feita em laboratório e em condições controladas.

Colocar o percentual de Erva-mate na ração dos peixes é uma possibilidade. Até porque, segundo as pesquisadoras “os resultados obtidos foram animadores”. Tendo “potencial aditivo dietético funcional para o pescado jundiá Rhamdia quelen”. Maude Borba e Cristiane Helm afirmam que novos estudos deverão ser realizados em condições de campo. Testando em viveiros ou tanques de maior volume. E, assim, buscando a “confirmação e aplicabilidade dos resultados verificados em escala de produção”.

O rumo da pesquisa é testar a adição de Erva-mate para outros animais. Desde pets (cães, gatos e outros) passando por suínos, aves e bovinos. Existem algumas comprovações relacionando essa dieta com melhor imunidade e redução no uso de medicamentos. Campo de estudo da própria Embrapa.

Com imagem de arquivos pessoais das pesquisadoras.