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Erva-mate, no seu auge, movimentou o transporte fluvial no Paraná

São Mateus do Sul/PR era um dos locais de embarque.


Carregamento de Erva-mate em São Mateus do Sul/PR. Imagem reprodução Casa da Memória
Carregamento de Erva-mate em São Mateus do Sul/PR. Imagem reprodução Casa da Memória

A pesquisa de Arnoldo Monteiro Bach, publicada no livro 'Vapores' pela editora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) no ano de 2006, traz um retrospecto amplo sobre essa realidade da Erva-mate no cenário paranaense e catarinense. Além do Planalto Norte e caminho para o litoral catarinense, o Sul do Paraná teve grande representatividade na circulação de embarcações, especialmente em períodos de colheita do Mate.

 

"O fluxo de embarcações nos rios era mais intenso durante o período de colheita da Erva-mate, reduzindo-se de forma considerável na entressafra. Além disso, durante o período da seca, a navegação ficava comprometida, sendo muitas vezes interrompida em determinados trechos dos rios. Durante a entressafra e as secas, para evitar a queda no rendimento, as companhias de navegação atendiam ao comércio local, transportando mercadorias, principalmente a madeira, para os pequenos portos fluviais", cita o autor.

 

Alfredo Romário Martins, no artigo "Rio Iguaçu e sua função civilizadora" do livro "Álbum comemorativo do cinqüentenário da navegação no Iguaçu e seus afluente", de 1932 e autoria de Azuz Mansur, menciona os principais locais de navegação. "Pelo Rio Iguaçu, os navios a vapor saíam de Porto Amazonas, passavam por São Mateus [do Sul] e Rio Claro [do Sul, atual município de Mallet] e chegavam à União da Vitória, todos no Paraná, e pelo Porto União, em Santa Catarina".

 

No Planalto Norte, segundo Martins, "pelo Rio Negro, os barcos saíam das cidades de Rio Negro e Mafra, passando por Três Barras e Canoinhas", perfazendo a espinha dorsal da navegação e transporte de Erva-mate nessa ampla região produtora. Nesse período, a navegação gerou um fluxo econômico e desenvolvimento regional. Além de contribuir com a formação de colônias de imigrantes, vindos para a região nessa época contemporânea.

 

 Os registros desse período apontam para um total de 360 quilômetros de extensão navegável no rio Iguaçu, dos seus 1.320 quilômetros. Esse trecho onde circulavam os barcos à vapor compreende de Porto Amazonas até Porto União/União da Vitória. Os rios Tibagi e Ivaí também eram navegáveis. Apesar de praticada antes, somente em 19 de abril de 1879, um decreto imperial sob número 7.248 concedia ao Coronel Amazonas de Araújo Marcondes uma linha à vapor pelo leito do Iguaçu.

 

Apenas no final de 1882, em 27 de dezembro, surge o registro oficial do primeiro vapor do Coronel Amazonas trafegando pelo rio Iguaçu, o Cruzeiro com seus 16 metros de cumprimento e 5,2 metros de largura. Durante o período de navegação à vapor, algumas embarcações chegavam a carregar 800 sacos de Erva-mate. As menores transportavam em torno de 300 sacas, nessa relação comercial sendo importante pela formação de portos para embarque e desembarque e constituindo diversos povoados.

Imagem reprodução vídeo Casa da Memória Padre Bauer
Imagem reprodução vídeo Casa da Memória Padre Bauer

Com informações do livro Vapores e Casa da Memória Padre Bauer, imagens reprodução Casa da Memória Padre Bauer.

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